quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Berlim

          Depois de uma noite um pouco conturbada no trem noturno (percurso Amsterdam/Berlim) chegamos em Berlim. A noite foi conturbada, pois no meio da madrugada 3 policiais chegaram na cabine (um lugar pequeno para 6 pessoas, uma "triliche" de cada lado) e pediram o passaporte de de todos (eram 3 coreanos, eu e o Rodrigo). Liberaram os coreanos e, para variar, nos "convidaram" para uma "comversinha". Inicialmente, perguntaram se nós gostamos de Amsterdam, se tínhamos frequentado algum coffeeshop, se tínhamos usado algo e se estávamos levando algo. Aí vem um ponto importante... Muitos vão à Amsterdam e acabam levando de "lembrança" um bolo de chocolate com maconha, ou pirulito de maconha ou qualquer coisa vinculada a ela. Mas atenção, na Holanda é permitido, mas se você for pego levando para algum país em que a droga não é legalizada, você pode ser e, provavelmente, será preso por isso! Nunca arrisque! Então... Falamos que gostamos, que fomos a um coffeeshop para conhecer, mas que não usamos nada e deixamos eles a vontade para vistoriar as nossas malas. Essa parte foi legal... Depois de olhar uma mala, ele começou a "analisar" minha mochila. Abriu, viu uma porrada de camisa e perguntou se aquilo tudo era pra mim mesmo rs. Falei que era e que o tamanho era até o mesmo em todas... Ela até desistiu de continuar a vistoria! Depois eles agradeceram, perguntaram se nós estávamos entendendo o fato e que aquilo era o trabalho deles. Foram muito educados! Voltamos e brincamos com os coreanos para eles não se preocuparem que nós não éramos traficantes rs!
Trem noturno compensa bastante, pois você acaba economizando uma noite de estadia!
Chegamos então a Berlim e fomos para o ótimo hostel Waggffg (recomendo, sem dúvida). Uma cidade regada de história recente que marcou o século XX. Berlim "respira a segunda guerra", mas esse assunto não é visto por bons olhos!
          Berlim tem um ótimo transporte coletivo. O sistema S+U (mistura de metrõ e trem) é um pouco "diferente", mas facilmente adaptável! No ponto de ônibus tem o tempo de espera para cada linha que passa nele e dentro do ônibus aparece o nome da próxima parada. Muito fácil se locomover em Berlim! Realmente, achei o povo alemão mais "nervosinho", não pelo fato deles falarem "gritando" e cheio de ishinaidan  naidan sei lá o que (loucura essa língua rs), mas eles não têm muita paciência mesmo não.
Depois de jogar as malas pelo quarto fomos conhecer o que essa cidade tinha para nos mostrar!
Inicialmente, pegamos a linda avenida Unter den Linden e fomos ao portão de Brandemburgo, o único remanescente de uma série de outras entradas de Berlim.




          Depois veio a parte que considerei a mais legal de Berlim... Fomos caçar pela cidade o que restava do muro. Andamos por cerca de 4 horas ao lado e, literalmente, em cima do muro!  O "muro" caiu, mas Berlim não o apagou da história, pois ele está "marcado" por toda a cidade. Inesquecível!






          Andar e saber que há apenas 22 anos ele simbolizava a divisão de um país em duas parte com ideais e propostas, completamente, distintas. E uma coisa que eu não sabia: O muro não dividia Berlim em duas partes, na realidade, ele cercava, completamente, toda a Berlim Ocudental. Aprendi muito aqui e até queria colocar alguns fatos históricos aqui, mas acho que pode ficar um pouco "cansativo".
          O que uma viagem não faz com um homem? Há três anos eu odiava história e, atualmente, não só consigo ver a sua importância para compreendermos o nosso presente, mas me tornei um apaixonado por essa área. A cada viagem volto sendo um professor de Matemática mais culto rs!
          Um momento foi tenso! Chegamos a uma parte do muro que se encontra intacta...

... e entramos numa amostra de fotos e documentos denominada "Retratos de um Terror". Era de arrepiar. Era possível ver pessoas chorando dentro do museu.
          Depois de muitas horas caminhando ao lado do muro,chegamos, já a noite (começa a escurecer às 16h) na exposição a céu aberto no muro de Berlim. Lindoooooooo! Dentre diversas e organizadas imagens (118 artistas internacionais foram convidados para decorarem com murais coloridos o trecho remanescente de 1,3 km, batizado como Galeria do Leste), várias relatavam acontecimentos que marcaram a queda do muro, como o beijo entre os líderes comunistas Erich Honecker (Alemanha Oriental) e Leonid Brezhnev (antiga União Soviética)...


... e o carro Trabant, o maior símbolo da indústria da antiga Alemanha Oriental, “atravessando” o Muro de Berlim.


          Depois voltei para o hostel e no outro dia, pela manhã, fomos conhecer o Estádio Olímpico de Berlim (palco das Olímpíadas de 1936 e, após reformas, foi o local da final da Copa do Mundo de 2006). Em todos os países que vou procuro conhecer o maior ou mais organizado estádio. Esse é fantástico, pois sua construção é diferente de todos as outras, misturando uma estrutura "de ponta" com uma construção uniforme ao melhor "estilo antigo".



          Depois fomos de trem para uma cidadizinha perto de Berlim, Oranienburg. Lá funcionava, simplesmente, um campo de concentração nazista, de Sachsenhousen, onde pessoas ram, desumanamente, jogados aqui esperando o tempo para a morte chegar. Horrível. O clima é pesado, o frio tornava tudo mais sombrio, você entrava nos alojamentos precários aonde diversos judeus ficavam amontuadossssds como se fossem sacos de arroz... Tem que ser muito frio para segurar as lágrimas. Não tem como olhar para o lado e não imaginar aquelas pessoas com os pijamas listrados sofrendo um GENOCÍDIO que alguns estúpidos e ignorantes falam que não ocorreu. Comecei a imaginar como eles suportavam viver sem condições minímas e com essa roupa que NUNCA suportaria o rigoroso inverno alemão. Não achem que eles morriam "apenas" por tiros e câmeras de gás, muito faleciam de fome e frio também. Foi horrível e, para piorar, o filme (fantástico por sinal) "O Menino do Pijama Listrado" passava pela mente...








          Saí de lá "destruído" e essa visita me vez até mudar um pouco o meu roteiro. Iria para Auschwitz na Polônia para conhecer o campo de concetração mais cruel da história. Mas mudei de idéia e coloquei outra cidade no lugar. Irei a Sarajevo, capital da Bósnia e Hezergovina.

Depois ainda dei uma volta em Berlim... Fui ver o Parlamento e, novamente, aoportao a noite! Muito legal...



          Voltei para o hostel pois bem pela manhã do outro dia partiríamos para o próximo destino: Praga!
Um abraço a todos!

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